Assim como fazemos com filmes, seriados, games e outras obras, também produzimos materiais sobre os melhores livros do mundo. O livro da vez é “Quem Pensa Enriquece”, de Napoleon Hill, o nono mais vendido de todos os tempos.
Aviso importante
Este artigo tem o objetivo de comentar, opinar e analisar as ideias do livro, assim como fazemos com outros títulos. Por isso, caso você ainda não tenha lido, fique avisado que o material contém spoilers! Por outro lado, os comentários são feitos a título de debate de ideias e não visam substituir a leitura do livro de forma alguma. Aliás, você pode comprar o livro neste link.
Preste atenção que existem algumas variações do livro. Por exemplo, a versão original, de 1937, também está a venda aqui. No entanto, a que lemos para este artigo é a do link anterior, traduzida (por Mayã Guimarães) para português como “Quem Pensa Enrique: o legado”. O título original, em inglês, é: “Think and Grow Rich – The 21st – Century Edition”. Esta versão possui exemplos atualizados e comentários da Fundação Napoleon Hill.
Sobre o que o livro fala
Em uma visão superficial, o livro trata de sucesso e empreendedorismo. Prova disso é que uma das expressões usadas para descrever Napoleon Hill é o criador de milionários. A capa, contracapa e as muitas páginas destacam como ele saiu de condições adversas para se tornar um profissional de muito sucesso. Mais do que isso, como ele investigou, pesquisou e identificou lições comuns, hábitos e comportamentos, entre muitos milionários que teve oportunidade de entrevistar e, em alguns casos, até conviver.
O resultado desse estudo resultou em princípios que são destrinchados no livro. Aqui, comentaremos sobre os que achamos mais relevantes.
Contudo, em uma análise mais profunda, o livro não é exatamente sobre empreendedorismo. Ele diz muito mais sobre desenvolvimento pessoal, sobre psicologia vencedora, do que sobre técnicas do mundo dos negócios.
Primeira lição e a busca pelo segredo
A primeira lição é apresentada logo no prefácio, em texto de Jamil Albuquerque. Ao escrever sobre o que o livro trata, Jamil afirma que sempre haverá muitos recursos para aquelas pessoas que de fato criam e executam planos. Em outras palavras, definir um plano é uma primeira etapa para mudar, necessária, mas não suficiente, pois de nada ela vale sem sua execução.
Além disso, o prefácio também traz, com suspense, o elemento central: o livro contém um segredo. Mas um segredo sobre o que? A palavra pode ser usada com muitos complementos, mas, os mais usados são o segredo para ganhar dinheiro e o segredo do sucesso.
Ora! Mas se está no livro, como é um segredo?
É aí que entra a psicologia, o desenvolvimento pessoal. Cada um vai interpretar o segredo, distribuído entre os princípios do sucesso, da sua maneira.
A primeira lição a ser extraída está na constatação de que vale mais a situação interior, a determinação da pessoa em vencer, do que as condições externas que são impostas a ela. Esta é a grande mágica capaz de transformar um sonho em realidade, em definir e executar, de fato, um plano para chegar no objetivo.
Quem pensa enriquece: qual é o segredo?
A investigação sobre o segredo do sucesso parte da oportunidade de Napoleon Hill, na época ainda jovem, teve de entrevistar Andrew Carnegie, um milionário da indústria de aço nos Estados Unidos, que se tornaria o mentor de Hill. Nessa ocasião, Hill recebeu um convite de Carnegie para entrevistar os maiores milionários norte-americanos. Hill não se preocupocou nem com as apresentações, nem com a passagem.
Hill aceitou e o resultado desse convite, muitos anos depois, é um dos livros mais vendidos de todos os tempos.
Para Carnegie, é uma pena que cada geração precise descobrir o caminho para o sucesso por tentativa e erro, quando os princípios para isso são bem definidos. Por isso, ele acreditava que o segredo, a fórmula para o sucesso, deveria ser ensinada em escolas públicas e faculdades.
Com o objetivo de comprovar a eficiência do segredo, Hill lista 45 pessoas norte-americanas que usaram a fórmula e atingiram sucesso. Destaque para nomes bem conhecidos mesmo para brasileiros, como Henry Ford- fundador da Ford-, Thomas Edison, inventor – da lâmpada, da bateria, do fonógrafo – e empresário, Graham Bell – inventor do telefone – e Roosevelt e Woodrow Wilson – 26º e o 28º presidentes dos Estados Unidos.
Interseção entre quem pensa enriquece
A partir da lista de peso, Hill descreve exemplos em que, segundo ele, é possível encontrar o segredo em cada um deles.
Na minha interpretação, o segredo, distribuído ao longo do livro, apesar de parecer escondido pelo texto, está bem evidente.
Muitas vezes, ele está escancarado no próprio nome do capítulo. Por exemplo, o capítulo 2 chama-se “Pensamentos são coisas”. A ideia então é desdobrada, mostrando que os pensamentos podem se tornar algo muito poderoso. Primeiro surge um pensamento, uma vontade, que se repete por várias vezes, até que passa a ser diária, intensa, ardente, e a persistência por ela está associada a realização de um objetivo, como o de ganhar muito dinheiro.
Nesse sentido, o pensamento pobre gera acomodação, falta de atitude, ausência de plano. A pessoa até quer subir na vida, mas não existe esforço nem atitudes para isso. A pobreza financeira é a consequência. Do contrário, a pessoa que tem uma vontade intensa, a transforma em um plano executável e persiste nele até que se materialize, prospera. De uma certa forma, esse segredo – o pensamento, plano e resiliência – é óbvio e pode ser encontrado até em música, como no trecho “Quem acredita sempre alcança”, da música “Ainda mais Juntos” do Legião Urbana.
Contudo, mesmo sendo óbvio, é absolutamente necessário. Em outras palavras, o sucesso virá para quem estiver pronto significa, no mínimo, ter o pensamento, a ideia de como atingir o sucesso, traçar um plano e segui-lo com disciplina e determinação.
A reflexão dessa seção resume o primeiro exemplo do livro, de Edwin C. Barnes, profissional que tinha o desejo (e conseguiu!) de se tornar sócio de Thomas Edison, famoso inventor.
Água mole pedra dura…
Já ouviu esse ditado popular? “Água mole, pedra dura, tanto bate, até que fura”. A persistência da água em bater na pedra por tanto tempo faz esta, por fim, perder a resistência.
No primeiro exemplo, Barnes não conseguiu seu desejo de cara, na primeira conversa que teve com Thomas Edison. No começo conseguiu uma oportunidade de trabalhar com ele, depois de evoluir a relação de parceria e assim foi evoluindo aos poucos no seu plano. Por fim, sua determinação e persistência, a água mole, desgastou qualquer obstáculo que impedisse seu plano de se realizar. Ele mostrou que quem pensa enriquece na prática.
O disfarce da oportunidade
Outro ensinamento forte candidato de ser parte do segredo é sobre a atenção e aptidão para reconhecer uma oportunidade. Muitas vezes, ela surge como uma derrota temporária, dificultando que a enxerga como oportunidade. No primeiro exemplo, Thomas Edison, frustrado por nenhum de seus vendedores ter conseguido vender uma de suas máquinas, deu a Barnes a missão de tentar vendê-la. O que para muitos vendedores era um produto ruim para ser vendido, para Barnes serviu como a melhor oportunidade para alcançar o que buscava. Ele vendeu muitas máquinas, realizou seu sonho de ser sócio de Edison e conquistou a riqueza pretendida.
Desistir é o caminho da maioria
A oportunidade disfarçada de derrota possui um efeito terrível para a maioria das pessoas. Elas desistem, mesmo faltando pouco para chegar lá. A pessoa investe, investe, investe, e quando falta só mais um pouco para ter os resultados pretendidos, desiste. Enquanto outra pessoa naquele ponto, só com um pouco mais de persistência, atinge o objetivo. É disso que fala o segundo exemplo do livro, em que um empresário, Darby, desiste do ramo da mineração de ouro a poucos metros dele e vende seu maquinário e terras para outro empresário. Este, com a mesma máquina de perfuração, ao continuar o trabalho de Darby, encontra muito ouro e faz milhões com ele.
Se quem pensa enriquece, então, vamos pensar
Em resumo, podemos destacar algumas palavras com o que aprendemos do segredo até aqui:
- pensamento ardente, intenso, de conquistar o sucesso.
- definir um plano executável: atenten-se para que seja viável.
- ter persistência e determinação: desistir está forá do plano.
- entender que progresso anda com a constância: chegar ao objetivo é um processo contínuo e gradual
- paciência: confiar no plano, continuar executando-o e dar tempo para que ele chegue.
- insistência no lugar de desistência.
- ter visão de futuro: enxergar as oportunidades de se aproximar e as decisões que não lhe afastam do plano.
Curtiu?
Até aqui, o quanto do livro “Quem pensa enriquece” você acha que abordamos?
E se eu lhe falar que tudo isso é só até o final do capítulo 2!!
Este é daqueles livros que vale a pena fazer mais de um artigo, então fique ligado e confira o próximo em breve!